Bens imóveis

Antiga Cadeia Pública | Delegacia de Polícia

Endereço: Praça João Gonzaga, 91
Propriedade: Estadual
Homologação do Tombamento: 06 de abril de 2000

No final do século XIX, Varginha já possuía uma cadeia de pequeno porte. Durante o conturbado período entre 1915 e 1918, a edificação mostrou-se insuficiente para sua finalidade, o que levou as autoridades à decisão de construir uma nova cadeia no início dos anos 1920, que abrigou, também, o Fórum até 1926. A construção da nova cadeia pública de Varginha ficou sob os cuidados do engenheiro Domingos Lúcio, resultando num edifício eclético, de dois pavimentos, sóbrio e austero. Foi implantado junto à via pública, em terreno com aclive, sobre base de pedras, mais alta do lado esquerdo do imóvel. Suas paredes têm espessura que variam, chegando até a 60 cm em alguns cômodos. O edifício abriga, atualmente, a Delegacia de Polícia Civil e Seção Técnica Regional de Criminalística.

Escola Estadual Brasil

Endereço: Rua Rezende Xavier, 230
Propriedade: Estadual
Homologação de Tombamento:03 de março de 2000

Construído em 1933, o Grupo Brasil foi a segunda escola pública a ser instalada na cidade, criada em época que incentivava o surgimento de várias escolas no Estado de Minas Gerais. A edificação em estilo eclético já sofre influência do art-déco, com seus elementos geométricos, diferenciada pelos elementos salientes que remetem às estruturas enxaimel. Em 1965 o edifício foi alvo de grandes obras de reforma e ampliação. Dono de uma presença discreta e marcante pela sua sobriedade, o Grupo Brasil destaca-se pela simetria presente na fachada, com dois grupos de janelas, ladeando o alpendre da entrada. A destacar também, a sensação de horizontalidade dada pelo renque de janelas nas laterais e pela cobertura de telhas de barro sobre estrutura de madeira.

Banco do Comércio e Indústria de MG | Jornal Sul de Minas

Endereço: Praça Matheus Tavares, 156
Antiga Praça da Estação
Propriedade: Particular
Homologação do Tombamento: 03 de março de 2000

Em função da efervescente vida comercial de Varginha, nas décadas de 1920 e 1930 novas edificações foram erguidas junto à área da Estação Ferroviária. O imóvel construído na década de 1930 em estilo eclético, possui predominância de elementos neoclássicos: janelas em arco pleno, platibanda e cimalhas escondendo o telhado, detalhes decorativos em massa, capitéis coríntios, tudo representando o progresso e a pujança da cidade. O andar térreo abrigou, a partir de 1934 e até o final dos anos 50, o Banco do Comércio e Indústria de Minas Gerais que, juntamente com o Banco do Brasil, instalado no prédio ao lado, muito contribuiu para o desenvolvimento da cidade. Até hoje é conservado o que resta de seu esmerado piso de ladrilho hidráulico, numa bela composição com o restante do piso em peroba. De propriedade particular, continua servindo como residência no andar superior.

Antiga agência do Banco do Brasil

Endereço: Praça Matheus Tavares, 178
Antiga Praça da Estação
Propriedade: Particular
Homologação do Tombamento: 03 de março de 2000

O imóvel foi construído em 1920 para ser sede do Banco do Brasil, justamente no coração comercial da cidade na época. Com dois pavimentos e paredes de até 60 cm de espessura, é uma sólida construção aliando o estilo neoclássico ao eclético, com destaque para seu amplo salão térreo, sustentado na parte central por duas imponentes colunas com capitéis coríntios. O banco ocupou o andar térreo e o andar superior serviu como residência até a década de 1960. Após a mudança do banco, o local foi utilizado apenas como residência até abril do ano 2000, com a instalação do Museu Municipal de Varginha, que permaneceu no imóvel até setembro de 2013. As reformas realizadas descaracterizaram vãos e esquadrias no andar superior, mas não retiraram a imponência do conjunto.

Casa da Cidade / Câmara Municipal
Praça Governador Valadares, 11 – (antigo largo da Matriz) – Propriedade: municipal

Segundo prédio construído na cidade, em finais do século XIX e símbolo do ecletismo, movimento que traduzia a força e o poder da riqueza gerada pelo café, o edifício teve sua construção iniciada pelo Major Matheus Tavares da Silva, rico cafeicultor local e primeiro presidente da Câmara Municipal da época. A obra atraía a atenção dos passantes pelo seu porte e grande número de janelas. Construído de alvenaria de tijolos, o casarão possuía também paredes divisórias de pau-a-pique.

Em 1905, depois da morte do major Tavares, o imóvel foi adquirido pelo empresário Roque Rotundo, que instalou o térreo uma loja que atendia toda a região até meados dos anos 60. Depois de curto período com outro uso, o imóvel passa a ser sede da Cooperativa dos Cafeicultores de Varginha, até a construção da nova sede da entidade, na Vila Paiva. O velho casarão, então sem uso e abandonado, começou a se deteriorar, culminando, em 1993, com inicio do desmoronamento do telhado e das paredes.

Em 1995, o poder público municipal adquire o imóvel e inicia as obras de adaptação e recuperação, sob coordenação dos arquitetos Valéria e Otávio Gontijo e, em 1996, o casarão é entregue de volta à população. Passados quatro meses, no entanto, seu novo uso ainda não havia sido definido, pondo em risco, uma vez mais, seu estado de conservação. Finalmente, em 1997 passa a funcionar como sede do poder legislativo municipal, abrigando a Câmara de Vereadores.

Escola Estadual Afonso Pena

Endereço: Praça Roque Rotundo, 86
Propriedade: Estadual
Homologação do Tombamento: 03 de março de 2000

Construído em estilo neoclássico tardio e inaugurado em 1924, pelo então prefeito José Augusto de Paiva, o edifício se destaca pela sua fachada requintada, onde fica evidenciada a diferenciação da arquitetura pública civil. Ainda mantém o uso original que lhe garantiu o título de primeira escola pública a ser construída na cidade. Implantada nos limites da via pública, com planta em “u”, a edificação apresenta um único pavimento sobre porão alto, característica que trazia maior salubridade às construções. O telhado é encoberto por platibandas de quatro águas, com telha de barro sobre estrutura de madeira. Os detalhes ornamentais restringem-se à fachada frontal, bastante trabalhada, com 12 janelas em arco, encimadas por faixas decorativas com motivos florais geométricos. O elemento decorativo central destaca-se e coroa o ponto médio da fachada.

Theatro Municipal Capitólio

Endereço: Rua Presidente Antônio Carlos, 522
Antiga Rua Direita
Propriedade: Municipal
Homologação do Tombamento: 03 de março de 2000

Idealizado pelo industrial José Navarra, o Theatro Municipal Capitólio foi projetado pelo engenheiro Frisoti Agostini e construído pelos irmãos Antônio e Celestino Pires, tendo sido inaugurado em 1927. Os elementos decorativos da fachada e do interior, característicos do período eclético, são atribuídos ao italiano Alexandre Valatti. Durante um bom tempo, o local servia como sala de espetáculos e como cinema. Na década de 1970, funcionou apenas como cinema e iniciou um grande período de decadência, que culminou com o encerramento de suas atividades. Em 1983, foi adquirido pela Prefeitura Municipal, tendo se submetido a amplas obras de reforma e recuperação, com a construção de novos camarins, sanitários e foyer, substituição de tubulação elétrica e hidráulica, reparos e pintura em geral, com sua reabertura em 1985. Em 2008, passou por novas obras, tendo sido reaberto em maio de 2011. Em 2016, os camarins do teatro foram reformados.

Estação Ferroviária

Endereço: Praça Matheus Tavares, 121
Antiga Praça da Estação
Propriedade: Municipal
Homologação do Tombamento: 03 de março de 2000.

Varginha foi grandemente beneficiada com a mudança de traçado da Estrada de Ferro Muzambinho, que não passaria pela cidade. O primeiro trem chegou à cidade em 28 de maio de 1892 – ano em que Varginha foi elevada à categoria de comarca – trazendo grande impulso à cidade, juntamente com a imigração italiana. No início da década de 1930, teve início a construção de uma nova sede para a Estação que já não comportava os serviços. Em junho de 1934, foi inaugurada a nova Estação, com projeto, considerado protomodernista, dos engenheiros Armindo Paione e Brás Paione. É considerada a primeira edificação de Varginha a utilizar o concreto armado em sua estrutura, o que possibilitou vencer grandes vãos em balanço (sem apoios). Após ser desativada na década de 1970, foi adquirida em 2002 pela Prefeitura Municipal onde atualmente abriga a sede da Fundação Cultural de Varginha, o Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural – CODEPAC e o Conselho Municipal de Incentivo à Cultura – COMIC. Em 2015, a edificação passou por obras de revitalização.

Hospital Regional do Sul de Minas

Endereço: Av. Rui Barbosa, 158
Propriedade: Estadual
Homologação do Tombamento: 03 de março de 2000

Com o surto da Gripe Espanhola na cidade em 1918, a construção do Hospital Regional do Sul de Minas teve início, no ano 1919, quando foi realizada uma campanha para obtenção de fundos pela população para aquisição e construção do prédio. Após quatro anos de obras, em 1923, foi inaugurada a Casa de Caridade de Varginha, funcionando somente para atendimentos particulares. Em 21 de agosto de 1928, o hospital foi doado ao Estado e no ano de 1932 foi instituído o Hospital Regional do Sul de Minas.
Com a evolução da cidade, a necessidade de uma maternidade era visível, então, em 31 de março de 1953, foi inaugurada a Maternidade do Hospital Regional do Sul de Minas e no ano de 1962 foi ampliada por espontânea iniciativa do Lions Clube de Varginha. O hospital ainda mantém suas características predominantemente neoclássicas, com fachada marcada por três frontões triangulares, decorados em alto-relevos, sendo o frontão principal, elevado ao pavimento superior, sustentado por dois pares de colunas, por pavimento. Possui implantação com um amplo recuo frontal ajardinado e sem recuo lateral. Sua horizontalidade é destacada pelas cimalhas e faixas decorativas, além da equilibrada distribuição de suas janelas encimadas por sobrevergas decoradas.

Casarão Mariana Frota

Endereço: Praça Governador Valadares, 141
Antigo Largo da Matriz
Propriedade: Particular
Homologação do Tombamento: 04 de junho de 2001

Foi um dos primeiros imóveis do então Largo da Matriz, sendo estimado que essa construção já existia no último quartel do século 19, por iniciativa do Cel. João Urbano de Figueiredo. Posteriormente foi reformado para a residência de sua filha Mariana Figueiredo Frota. O imóvel é classificado como eclético, com predominância de elementos decorativos de inspiração neoclássica como pilastras, cimalhas e platibandas (que esconde o telhado frontal), além de elementos com outras influências. Um alpendre guarnecido por gradis de ferro batido delimita o generoso jardim. A praça onde se localiza o imóvel vem sofrendo perdas em seus exemplares históricos, com edificações que descaracterizam a ambiência e alteram o gabarito uniforme (altura das edificações), responsável pela sensação de acolhimento que o local inspira. No final dos anos 80, o imóvel foi adquirido e restaurado pela Embratel. Atualmente, abriga o Museu e a Biblioteca Municipais de Varginha.

Palacete Villa Dona Vica | Antigo Fórum

Endereço: Rua Presidente Antônio Carlos, 258
Antiga Rua Direita
Propriedade: Estadual e Municipal
Homologação do Tombamento: 03 de março de 2000

O imóvel foi construído em 1913, por Antônio Rodrigues de Souza, na esquina de uma rua paralela à antiga matriz, para ser residência de dona Vica Frota. Ampla, bem arejada, e recuada dos alinhamentos, a residência, em estilo neoclássico, possui janelas em arco pleno, colunatas e adornos, destacando-se das demais construções da época por possuir banheiro em seu interior. A varanda é emoldurada por três arcos sustentados por colunas. O imóvel manteve o uso residencial até 1924, funcionou como Prefeitura até 1937 e, finalmente, como Fórum até 1998. Hoje é sede do Juizado Especial Civil e Criminal e da 41ª Superintendência Regional de Ensino. Embora bastante alterado em seus vãos e divisórias internas, além da perda de sua cúpula, ainda mantém seu aspecto imponente e requintado.

Sede do Racionalismo Cristão

Endereço: Rua Santa Cruz, 848
Propriedade: Particular
Homologação do Tombamento: 27 de outubro de 2000 | 18 de novembro de 2004

O imóvel sede do Racionalismo Cristão foi fundado em 23 de maio de 1920 para uso filosófico-religioso, sinônimo do espírito progressista da cidade na época. A edificação em estilo neoclássico, possui adro com quatro colunas dóricas, frontão triangular e cornijas. Suas paredes externas são de adobe e argamassa de barro. Nos anos de 1990 o imóvel foi reformado. Sua importância prende-se ao fato de estar localizado em uma das primeiras e mais importantes vias de comunicação da cidade, que ainda conserva exemplares significativos da época de sua abertura.

Cine Rio Branco

Endereço: Avenida Rio Branco, 250
Propriedade: Particular
Homologação do Tombamento: 15 de setembro de 2000

Com tipologia arquitetônica modernista o edifício do Cine Rio Branco, projetado por José Braga Jordão, foi construído entre os anos 1954 e 1956, sob a responsabilidade dos engenheiros Maurício Ferreira de Barros e Mildo Rugani. Os dois níveis do edifício, apresenta em seu primeiro andar o foyer, onde se encontravam a bilheteria, chapelaria, bomboniere e a plateia que contava com 1000 lugares e tela de projeção de 162 metros; o segundo pavimento possui um mezanino, varanda externa, balcão com 400 poltronas, cabine de projeção e escritórios.
O tombamento estadual do edifício do foi aprovado em 1999 e homologado em 2000 com inscrição no Livro do Tombo de Belas Artes, no Livro do Tombo Histórico, das obras de Artes Históricas e dos Documentos Paleográficos ou Bibliográficos e no Livro do Tombo das Artes Aplicadas.

Túmulo Joaquim Paraguai

Endereço: Rua Rosinha Amâncio, 22 | Cemitério Municipal
Homologação do Tombamento: 01 de dezembro de 2004

Em 24 de novembro de 1864, Francisco Solano López rompia relações com o Brasil, apresava o navio brasileiro “Marquês de Olinda” e invadia o Mato Grosso. Foi o estopim do evento que hoje chamamos de Guerra do Paraguai. Joaquim Francisco Pereira, natural de Aiuruoca, apresentou-se como voluntário para lutar em 1865 (daí a alcunha de “Joaquim Paraguai”). Participou de toda a campanha e foi amigo pessoal de Floriano Peixoto. Foi ferido na Batalha de Itororó e no combate de Lomas Valentinas. Findo o conflito, foi para Varginha, onde viveu até a sua morte, ocorrida em 1932. Seu túmulo foi construído em tijolo e revestido em mármore branco, com base retangular em blocos de pedra. É provido de poucos ornatos, sendo duas secções de colunas e pilaretes que lhe conferem sobriedade e elegância. O corpo do bravo brasileiro está enterrado em cova rasa.

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