Theatro Capitólio recebe espetáculo “Homem-Bomba” nesta sexta-feira
Em um mundo desigual, cada vez mais parecido com um grande abatedouro, um homem quer compreender os vários “eus” que o habitam e utiliza, para realizar o seu intento, métodos nada convencionais. “Homem-Bomba”, dramaturgia escrita por Cynthia Paulino, dirigida e protagonizada por Luiz Arthur, é livremente inspirada no clássico da literatura “O Médico e o Monstro”, de Robert Louis Stevenson.
O espetáculo solo será apresentado nesta sexta-feira (20/01), às 20h, no Theatro Municipal Capitólio de Varginha. A entrada é 1 kg de alimento não-perecível, que pode ser trocado por um ingresso na bilheteria do teatro no dia da apresentação, das 8h às 18h. O endereço é Rua Presidente Antônio Carlos, 522 – centro. A duração é de 50 minutos, com classificação de 12 anos.
Varginha é a segunda cidade a receber a montagem, que inclui as cidades de Araxá, Araguari, Belo Horizonte, Divinópolis, Ipatinga, Juiz de Fora, Montes Claros, Patos de Minas, Pouso Alegre, Teófilo Otoni e Uberlândia. A iniciativa é viabilizada pela Cemig, via Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais.
A peça da belo-horizontina Companhia Teatro Adulto estreou em 2018 na Mostra Solos e Monólogos do CCBB São Paulo. A montagem é vencedora dos prêmios de melhor ator (Luiz Arthur), diretor (Luiz Arthur) e melhor texto (Cynthia Paulino) do 10º Festival Nacional de Teatro do Piauí, realizado em setembro de 2022 na cidade de Floriano (PI) e foi eleito entre os espetáculos preferidos do público numa votação.
Luiz Arthur comenta a peça conta com “um personagem provocador, que busca intimamente a compreensão dos monstros que existem escondidos em todos nós”. Para discutir essa dualidade do ser humano, a peça busca como referência o romance “O Estranho Caso do Dr. Jekyll e Sr. Hyde”, popularizado como “O Médico e o Monstro”, do britânico Robert Louis Stevenson (1850-1894).
“O monstro não é alguém distante de nós. É nosso duplo. O monstro nos habita e cabe a cada um saber cuidar, compreender e educar a sua própria sombra”, revela o ator e diretor. Em cena, esse monstro se materializa em uma figura que se aproxima a de um açougueiro. “Esse personagem foi se firmando durante todo o processo de construção da dramaturgia. Mas não podia ser um açougueiro qualquer. Precisava ter o lado do cientista, do médico. E que faz de si a sua própria cobaia”, acrescenta o ator e diretor.
Encenada em uma área de paletes brancos (daqueles usados em açougues) com apenas 2m², a peça investiga a restrição do espaço de atuação, característica marcante na trajetória da Teatro Adulto. Além da obra de Stevenson, a montagem tem citações de vários escritores, poetas e pensadores, como Aldous Huxley, Shakespeare, Carl Jung, Franz Kafka, HP Lovecraft, Tadeusz Kantor, Augusto dos Anjos, Samuel Beckett, William Blake, entre outros. “São autores extraordinários que nos fazem refletir sobre a condição humana, sobre quem somos de verdade. E a trilha também surpreende porque vai de Beethoven e Aretha Franklin até um trecho de Pagliacci no gogó”, revela Luiz Arthur. “É um desafio e tanto”, conclui.
FICHA TÉCNICA
Direção, trilha sonora e atuação: Luiz Arthur
Texto: Cynthia Paulino
Cenário: Cynthia Paulino e Luiz Arthur
Coordenação técnica e Iluminação: Marina Arthuzzi
Figurino: Cynthia Paulino
Adereços: Mauro Gelmini
Maquiagem: Linda Paulino
Assistente de produção e designer gráfico: Samara Martuchelli
Fotos: Catarina Paulino e Guto Muniz.
Realização: Companhia Teatro Adulto
Classificação: 12 anos
Duração: 50 minutos